quarta-feira, 23 de junho de 2010

Moderninhos


















O Sol reflete no vidro espelhado dos prédios, e as poucas árvores que restaram no meio dos edifícios balançam com a brisa suave, o resto de natureza que ainda posso sentir entre as avenidas, carros e indústrias por onde passo todos os dias.

Os galpões são enormes, filas de fretados formam-se nos estacionamentos para levar e trazer centenas de colaboradores das indústrias e fábricas. O ar está contaminado, o trânsito engarrafado, mas a radiação solar ainda me aquece mesmo depois da noite começar a cair, o fogo que elimina os resíduos industriais queima, queima,sem parar dia e noite.

Quando o dia amanhece ensolarado, no início da aurora, a poluição se destaca, rosada, suave, causada pelos raios solares e as dezenas de gazes industriais na atmosfera, lindo no céu azul claro. A poluição mais linda que já vi, mas que mesmo assim polui os meus pulmões, me deixa negra e morta por dentro.

A fabricação em cadeia contínua, não para, enquanto eu escrevo, enquanto você lê, não cessa nem um segundo. Seguranças entram e saem, as luzes não se apagam, as bobinas, os motores, as esteiras, não são desligados e as mercadorias, produtos ficam prontos, mais e mais a cada minuto de produção ininterrupta.

Vejo uma cidade de máquinas no meio de outra, cheia de carência, ignorancia, drogas e pobreza que alimentam os donos das máquinas que tem como principal intuito o lucro e mais lucros.

Estes que nos tornam desiguais, em um ciclo que se mantêm até hoje e aprisiona grande parte da sociedade do lado de fora, na real, cruel e mais fria realidde da vida.



Vídeo - A história das coisas (Inglês)
http://www.youtube.com/watch?v=gLBE5QAYXp8

quinta-feira, 6 de agosto de 2009









Chuva, chuvarada


Estrutura atômica semitriangular, constituída por 2 hidrogênios e 1 oxigênio, molécula polar definida assim como solvente universal que constitui cerca de 70% a 75% do corpo humano e de estruturas vegetais.

Condensa-se sobre nossas cabeças e despeja sua força sem nem ao menos perguntar se desejamos a sua ilustre presença entre nós.

Enquanto em terras mal vistas por olhos que desconhecem tal paisagem, clama por tal condensação, sedenta por nuvens, estas das quais apaixonei-me deste de minha remota infância perdida entre lembranças frias que gelam junto ao luar desta noite escura.

Nuvens que correm soltas, que bailam entre pássaros e regam as flores. Nuvens que rolam no rosto da criança que não as vê desde muito tempo, já que a sua terra sedenta está e clama por ela.

Da janela do carro, que corre rasgando o vento, vejo-as, claras e negras nuvens, umas mais fofas, outras espaçadas, como se esparramassem junto ao azul claro do céu. Corto-as com um golpe de pensamento infame que ultrapassa minha mente. Corro, olho e só sei que não as vejo mais. Penso no orvalho que agora se deita sobre mim, gélida me encontro. Sozinha, fria, triste e molhada.

Sim...houve a suprema e tão esperada precipitação, que agora rega e acalma a terra rachada e faz germinar o que a muito não se via aqui...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pensamentos descontentes.







Agora...dans cette moment je suis ici sans toi avec moi...no frio e no tédio de meus livros agonizantes.
Deixei que você fosse...e neste futuro presente estou só...espero revertê-lo logo...espero que os dias não demorem a passar...espero conseguir fazer tudo até lá...espero que isso aconteça o mais depressa.
Sei que você não vem até mim agora e eu aqui estou sem poder lhe procurar ou encontrar.
O tédio que ronda, até meus amigos veio agora novamente me dar um outro "oi" sorridente e florido.
Sinto gostar dele...mas sinto-me sufocada com a nuvem cinza lá fora que deixa minhas extremidades mais frias do que de costume.
Não querida, a situação do dia não vai se alterar e nem dos próximos...esquivo-me agora e penetro dentro dos meus pensamentos mais obscuros tentando lhe encontrar e sanar assim a minha deficiência.
Os segundos estão passando e logo tudo vai mudar só não sei se para pior ou para melhor, porém quem se importa, dou de ombros para os calafrios que me atormentam e os pensamentos que me sacodem cômodo a dentro.

sábado, 6 de junho de 2009

NEKROPOLIZADA






"Desumanizados e improdutivos,
inúteis sem pátria em sua própria pátria,
um indivíduo que não tem mais nada a perder
responde com o que Jena - Paul Satre chamou "la ragge folle":
a raiva enlouquecida.
São milhões - milhões - de seres sem voz, criaturas
sub-humanas invisíveis sobrevivendo nas periferias dos
grandes centros urbanos, procriando mais e mais,
alastrando sua herança maldita. Como uma peste.
Tão excluídos que falam outra língua,
desenvolvida ao longo de séculos de analfabetismo funcional;
divorciados até da possibilidade de diálogo conosco.
Nós os matamos em vida;
eles estão começando a descobrir como é viver na morte.
Se fecharmos os olhos e escutarmos com atenção,
é possível ouví-los se aproximando.Cada vez mais perto,
muitos.
Com a voracidade e o potencial para destruição
de um bando de mortos-vivos de filme B.
Nossa civilização é sua necrópole".

Roberto Alvim









Comentário

Nosso sangue produz tudo o que vivemos e ninguém nos dá o valor que merecemos, nem nós mesmos sabemos valorizar tais frutos, poucos estes que surgem por aí de vez enquando.
Valorize-se e saiba valorizar o coletivo que está em sua volta.

Nos encontramos perdidos e nos perdendo cada vez mais, porque não mudamos nosso destino, nosso futuro...nossas vidas...o que nos empede?Quem amarra suas mãos?...Vamos diga-me, abra-se pra mim ou para si mesmo...confesse a você mesmo o que lhe impede de mudar e se encontrar?. Decida-se ou deixe que decidam para você, como está sendo feito há anos...acorde.

Somos milhões calados, quietos debaixo de nossas covas que nós mesmos cavamos das quais continuamos a cavar e cavando cada vez mais fundo...não deixe que o buraco chegue no inferno mais profundo, pois para voltarmos será mais complicado.
Temos vozes e delas não nos utilizamos...quero gritarrrrrrrrrrrrrrrrr...grite comigo, hoje, amanhã e sempre.

A peste foi implantada sem nossas percepções mas sim com nossos consentimentos, tornamo-nos a própria peste, mas não, não a somos não, pelo menos ainda não...querem que acreditemos nisso, mas não...não somos assim, a peste vem de cima e para lá ela tem que voltar, já que não deveria ter saído..."dentro é osso, fora é poço"...

Por séculos abandonados, agora começamos a perceber o que realmente aconteceu e está acontecendo com essas criaturas que nem o mesmo idioma falam...uni-vos em prol de um único ideal e façamos-nos a mudança coletiva, agora...já...antes que eles cheguem com suas peles cedentas, carnes gélidas e nos deem o beijo da morte.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Desta vez o show foi duplo...





Senhoras e Senhores, agora com vocês o cantor Kleber Albuquerque canta as mais novas músicas de seu novo CD - SÓ O AMOR CONSTRÓI.

Com um estilo que lembra Falcão ou ainda Léo Cavalcanti...Kleber com seus óculos pretos e vermelhos, quadrados e grandes para sua face e com um belo traje preto. Seus músicos lhe acompanham no estilo da calça, preta, lisa com uma barra na cintura. Instrumentos diversos que chegam até duas serras que fazem um som distorcido do qual demorei para identificar.

Sentada em minha poltrona, observando o show, quando eis que olho e vejo uma bela moça de cabelos extremamentes curtos, que também estava sentada em sua poltrona, ela por sua vez dançava com seus braços e mãos, das quais deslizavam pelo ar do teatro delicados movimentos de sentimento intenso que estavam sendo demonstrados pela jovem pálida.

Pra mim o show foi duplo...em certo instante esta jovem de quem vos falo e sua amiga, levantaram em um jato só e dirigiram-se a um canto do teatro, enquanto o show rolava. Lá, elas dançavam freneticamente com seus corpos e braços saltitantes. Linda e tão somente acompanhada.

O show termina, e que belo show duplo este...

sábado, 30 de maio de 2009

Cachorro na cara!!







Morto com uma faca no abdomem, foi o que ele realmente mereceu. Não importa por quem ou o porque!!

Claro que importa - foi morto pela amante, aquela mulher magra de cintura fina que acabou na mesma situação...o jornal acusa...
- Mulher morre estrangulada pelo marido, flores foram encontradas na cena do crime, o pai chora e diz que ela não deveria ter feito aquilo - matar e ter morrido apenas por uma aventura amorosa.

O marido agora sem amigo e sem esposa, chora e engole a carta que deletou todo o crime.Não se importa com a arma que quase estourara a boca da esposa pois a verdadeira arma do crime foi o seu pulso junto aos dedos vermelhos que agora restaram.

- Ai como são boas nossas manhas com transas tresloucadas, amante.
- Sim são sim, mulher do meu amigo.

- Eu transava com ele, pois ele cuspia em mim e isso você não faz, com ele era diferente. Eu amo você ainda..amo...amo sim...claro que amo...não estoura a minha boca , pois eu não vou virar um recorte de jornal para alguma menina me colecionar que nem eu faço com tantas que morrem.

O pai dizia sempre para  a filha largar aquele amante, sabia que não geraria um bom resuldado, ainda mais com o melhor amigo do seu amrido, minha filha, larga essa vida de amantes, ame o seu marido que é bom, ele lhe ama.

E de nada adiantou o pai lhe avisar...mortos agora..viraram sim recortes de jornal de um assassinato de trio amoroso.




Cachooorrooooooooo.........

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O reflexo da chuva!


Hoje, durante esta tarde amena e triste, o céu fecha-se sobre minha leitura, e a luz branca que vinha de fora atravéz do vidro, precipitou-se em uma grande chuva cinza e opaca.

Agora, eu me encontro aqui, cansada pela masturbação mental causada pelos diversos vetores das forças por mim estudadas.

Ínicio de tarde, esta extremamente propícia para dividir tal momento com uma companhia que faça bons comentários e abra uma conversa paralela entre tantas que tenho sobre um bom filme do qual inclua em seu enredo um fundo filosófico-científico e que possa comigo ver e viver este tempo quantificado do qual passo a minha tarde só.

A precipitação das nuves já está acabando, por consequência a luz retorna aos meus queridos e odiados vetores.