sábado, 6 de junho de 2009

NEKROPOLIZADA






"Desumanizados e improdutivos,
inúteis sem pátria em sua própria pátria,
um indivíduo que não tem mais nada a perder
responde com o que Jena - Paul Satre chamou "la ragge folle":
a raiva enlouquecida.
São milhões - milhões - de seres sem voz, criaturas
sub-humanas invisíveis sobrevivendo nas periferias dos
grandes centros urbanos, procriando mais e mais,
alastrando sua herança maldita. Como uma peste.
Tão excluídos que falam outra língua,
desenvolvida ao longo de séculos de analfabetismo funcional;
divorciados até da possibilidade de diálogo conosco.
Nós os matamos em vida;
eles estão começando a descobrir como é viver na morte.
Se fecharmos os olhos e escutarmos com atenção,
é possível ouví-los se aproximando.Cada vez mais perto,
muitos.
Com a voracidade e o potencial para destruição
de um bando de mortos-vivos de filme B.
Nossa civilização é sua necrópole".

Roberto Alvim









Comentário

Nosso sangue produz tudo o que vivemos e ninguém nos dá o valor que merecemos, nem nós mesmos sabemos valorizar tais frutos, poucos estes que surgem por aí de vez enquando.
Valorize-se e saiba valorizar o coletivo que está em sua volta.

Nos encontramos perdidos e nos perdendo cada vez mais, porque não mudamos nosso destino, nosso futuro...nossas vidas...o que nos empede?Quem amarra suas mãos?...Vamos diga-me, abra-se pra mim ou para si mesmo...confesse a você mesmo o que lhe impede de mudar e se encontrar?. Decida-se ou deixe que decidam para você, como está sendo feito há anos...acorde.

Somos milhões calados, quietos debaixo de nossas covas que nós mesmos cavamos das quais continuamos a cavar e cavando cada vez mais fundo...não deixe que o buraco chegue no inferno mais profundo, pois para voltarmos será mais complicado.
Temos vozes e delas não nos utilizamos...quero gritarrrrrrrrrrrrrrrrr...grite comigo, hoje, amanhã e sempre.

A peste foi implantada sem nossas percepções mas sim com nossos consentimentos, tornamo-nos a própria peste, mas não, não a somos não, pelo menos ainda não...querem que acreditemos nisso, mas não...não somos assim, a peste vem de cima e para lá ela tem que voltar, já que não deveria ter saído..."dentro é osso, fora é poço"...

Por séculos abandonados, agora começamos a perceber o que realmente aconteceu e está acontecendo com essas criaturas que nem o mesmo idioma falam...uni-vos em prol de um único ideal e façamos-nos a mudança coletiva, agora...já...antes que eles cheguem com suas peles cedentas, carnes gélidas e nos deem o beijo da morte.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Desta vez o show foi duplo...





Senhoras e Senhores, agora com vocês o cantor Kleber Albuquerque canta as mais novas músicas de seu novo CD - SÓ O AMOR CONSTRÓI.

Com um estilo que lembra Falcão ou ainda Léo Cavalcanti...Kleber com seus óculos pretos e vermelhos, quadrados e grandes para sua face e com um belo traje preto. Seus músicos lhe acompanham no estilo da calça, preta, lisa com uma barra na cintura. Instrumentos diversos que chegam até duas serras que fazem um som distorcido do qual demorei para identificar.

Sentada em minha poltrona, observando o show, quando eis que olho e vejo uma bela moça de cabelos extremamentes curtos, que também estava sentada em sua poltrona, ela por sua vez dançava com seus braços e mãos, das quais deslizavam pelo ar do teatro delicados movimentos de sentimento intenso que estavam sendo demonstrados pela jovem pálida.

Pra mim o show foi duplo...em certo instante esta jovem de quem vos falo e sua amiga, levantaram em um jato só e dirigiram-se a um canto do teatro, enquanto o show rolava. Lá, elas dançavam freneticamente com seus corpos e braços saltitantes. Linda e tão somente acompanhada.

O show termina, e que belo show duplo este...